Por Paulo Kenzo e Vanessa Costa
Estávamos vendo uma publicação da Hapfun, um dos grandes expoentes de informações sobre parques no Brasil, e a brincadeira nos comentários era: “Enquanto você está lendo isso, mais um parque aquático está abrindo no Brasil.”
Outro dado é que dentre os dez Parques Aquáticos mais visitados no Mundo, dois estão no Brasil, e na América Latina dentre os dez, seis estão no Brasil, segundo a última Theme Index 2020 (relatório mundial de visitação de Parques e Atrações Turísticas).
Mas por que estão abrindo tantos empreendimentos dessa natureza? Em uma busca rápida na internet, listei pelo menos 15 sendo construídos ou abertos em breve. Mas e os parques de diversões? Por que não se abrem tantos quanto parques aquáticos?
Existem alguns motivos para isso, mas um dos principais é o desenvolvimento imobiliário turístico que consegue se desenvolver ao redor do mesmo, tendo o parque como o grande coração desses empreendimentos. São hotéis, resorts, condomínios, loteamentos e multipropriedade (que abriu um leque muito grande para as pessoas possuírem um imóvel de praia, campo ou parque em um valor mais acessível).
Mas por que não se faz isso abrindo novos parques de diversões? Isso é fácil de entender, um investimento em uma montanha-russa pode ser o valor de investimento de um parque aquático Inteiro. Outra questão é a parte dos fornecedores dos parques aquáticos, que possui hoje no Brasil excelentes empresas de atrações e de projetos, e a possibilidade de variação do dólar e a dificuldade de importação de equipamentos e a manutenção desta ajuda a piorar essa situação. Um fornecedor de parques de diversões em geral mexe com atrações maiores, com altos custos de instalação, operação e manutenção. Normalmente, as atrações dos parques aquáticos usam a própria força da gravidade para descer, exceto uma montanha-russa aquática, que só existe uma no Brasil.
Abrir um parque temático/diversões, via de regra, precisa de uma capacidade de público diária maior do que a de um parque aquático, mas, ao mesmo tempo, aumenta o investimento, os custos e, consequentemente, os riscos do negócio.
Essa onda de novos parques aquáticos é muito boa para o setor como um todo, pois a indústria se profissionalizará, fomentará ainda mais fornecedores nacionais e, consequentemente, as atrações serão melhores, o atendimento terá que ser cada vez melhor e o grande favorecido será o cliente, que terá um leque maior para escolher sua diversão.
Paulo Kenzo
Diretor de Parques Aquáticos da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) e Presidente do Conselho do Magic City
Vanessa Costa
Presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) e Diretora do Yupie Park e Moreno's Park