Estudo projeta que os parques poderiam passar a receber até 56 milhões de visitantes por ano, número quatro vezes maior que o total de 2019
O Instituto Semeia lançou o estudo “Parques como vetores de desenvolvimento para o Brasil: Ecoturismo e potencial econômico do patrimônio natural brasileiro”. A pesquisa inédita, realizada a partir de levantamentos e análises feitos em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), confirma que, por meio do turismo, os parques naturais do Brasil têm um grande potencial ainda subaproveitado e podem gerar impactos consideráveis para a economia e o desenvolvimento do país.
O potencial turístico dos recursos naturais brasileiros é internacionalmente reconhecido, mas sua contribuição para a economia ainda é pequena. Enquanto o Brasil ocupa a 2ª posição no mundo no Índice de Competitividade Turística – publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2019 –, no que diz respeito a seu patrimônio natural, a participação do turismo de natureza em parques no PIB nacional é de aproximadamente 0,13% – entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões –, com 209 mil empregos gerados.
O crescimento da taxa de visitação leva a uma ampliação nos gastos totais dos turistas na região dos parques. Os resultados podem representar 978 mil postos de trabalho vinculados à visitação de parques naturais e seus entornos, com um impacto total no Produto Interno Bruto do País é estimado em R$ 44 bilhões – ou 0,61% do PIB, em valores de 2019, – multiplicando em mais de quatro vezes a participação dos parques na economia.
Com base em dados de visitação dos parques brasileiros e de experiências de sucesso em outros países, o estudo projeta que os parques poderiam passar a receber até 56 milhões de visitantes por ano, número quatro vezes maior que o total de 2019. Para isso, os principais desafios do setor foram mapeados e, então, sistematizou-se 12 alavancas para um melhor desenvolvimento do turismo de natureza no país.
Desafios para o turismo de natureza
O estudo identificou quais são os principais gargalos que impedem os parques brasileiros de concretizar esse potencial do turismo de natureza, divididos em dois níveis:?em escalas nacional e regional.
Os entraves nacionais incluem a visão desalinhada sobre a agenda de transformação dos parques naturais em âncoras de turismo; iniciativas desarticuladas e, em alguns casos, conflitantes, como as diferentes priorizações de parques e destinos; restrições orçamentárias; e o baixo reconhecimento dos parques brasileiros pelos públicos nacionais e internacionais.
Já os entraves regionais abrangem a dificuldade de acesso aos destinos; infraestrutura de visitação inadequada; oferta limitada de atrativos e serviços; e instrumentos de gestão e fiscalização subótimos, como a defasagem dos planos de manejo dos parques, a falta de incentivos para aumentar a visitação e dificuldades para desenvolver e fiscalizar parcerias.
Fonte: mercadoeeventos
Crédito: Marco Esteves