Dia 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Você tem percebido que cada vez mais tem aumentado o público autista?
*Por Amanda Ribeiro
 

O Autismo não está na moda, o aumento da prevalência se dá principalmente pelo aumento de diagnóstico. O diagnóstico de autismo é clínico e precisa ser feito por médicos especialistas. Hoje, em 2022, nós temos muito mais médicos e profissionais especializados para fazer essa pesquisa, do que há cinco, dez, quinze anos. Mas o diagnóstico no Brasil ainda é tardio, já que crianças são diagnosticadas por volta de quatro a sete anos de idade. Ainda temos um atraso muito grande, sendo assim, esta prevalência ainda vai continuar aumentando e, com isso, ano que vem teremos mais e mais autistas.


Uma em cada 44 crianças esta´ dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme publicado pelo Controle de Doenças e Prevenções dos EUA (CDC) em dezembro de 2021, tendo um aumento de 22% em relação a 2020. Trazendo esta prevalência para o Brasil, estima-se mais de 4,83 milhões de pessoas com TEA. Apesar de numerosos, os milhões de brasileiros com autismo ainda encontram dificuldade para conseguir tratamento adequado, diagnóstico precoce, fazer valer os seus direitos e, principalmente, lugares preparados para bem atendê-los.

A acessibilidade para o Autismo é informação - não precisa de rampa e piso tátil, as empresas precisam tirar as barreiras atitudinais, capacitar a equipe para começar a inclusão.

Muito se fala em acessibilidade para pessoas com deficiência e, hoje, muitos estabelecimentos já possuem acessibilidade para a maioria das deficiências físicas: elevadores, sanitários acessíveis, rampas, piso tátil. Antes de construir os estabelecimentos, eles são obrigados a seguir as normas da ABNT, mas não podemos limitar a acessibilidade apenas à construção de rampas para cadeirantes. Além de ser um estabelecimento acessível, tirando as barreiras arquitetônicas, é necessário também tirar as barreiras atitudinais, tendo pessoas habilitadas a se comunicar, lidar, atender, além de disponibilizar material turístico acessível e treinar colaboradores para atender bem a todos.

É muito importante ter em mente que as pessoas com deficiência têm o direito de estar nos mesmos locais em que todas as pessoas sem deficiência.  Se lazer, saúde, educação são direitos de todos, ninguém deveria ser excluído de qualquer atividade, destino ou serviço. Os estabelecimentos deveriam facilitar o acesso de todos ao lazer com qualidade, conforto, segurança e com toda a beleza e excelência que podem oferecer.

Realizar medidas de adequação e capacitação de destinos, atrações turísticas, parques, hotéis, estabelecimentos, trazem um enorme ganho social. Essa troca, interação e inclusão das pessoas com deficiência promovem mais qualidade de vida e oportunidades iguais. O turismo acessível, além de promover a inclusão, é uma ótima oportunidade econômica. Estima-se que no Brasil 17% da população tenha algum tipo de deficiência, isso seria mais de 32 milhões* de pessoas, e muitas, desses milhões, poderiam consumir mais serviços e produtos relacionados ao turismo e lazer.

É muito comum ouvir de estabelecimentos sobre a pouca demanda de pessoas com deficiência no turismo, mas é preciso estar preparado e capacitado para que a demanda aumente. Não dá para construir a rampa na hora em que uma pessoa com deficiência chegar, não existe inclusão sem capacitação.

Qual a acessibilidade para o autismo?

Não dá para incluir só tendo um bom coração e boas intenções, você pode ser muito amável, carinhoso, mas não saber como lidar, como atender ou envolver uma criança autista em uma atividade, ou até mesmo falar com a família, saber as reais necessidades de uma pessoa com uma deficiência física, intelectual ou sensorial. Falando sobre a acessibilidade para o autismo é a informação.

Os colaboradores precisam saber sobre autismo. O que é? Quais são as características? Como ajudar? Como lidar? Quais são os direitos? Como se sente uma mãe pós-diagnóstico? Como acolher? Qual a importância dos estímulos sensoriais para uma pessoa autista? Informação é a chave para a inclusão de autistas.

Temos muitas leis que são relacionadas à acessibilidade. A principal é a Lei Brasileira de Inclusão, quando adequamos a empresa às leis, ela promove a inclusão de pessoas com deficiência nos ambientes e nas atividades do dia a dia.

Empresas que oferecem acessibilidade às pessoas com deficiência enviam a mensagem para o seu público consumidor de acolhimento, de que se importam e contribuem para uma visão positiva das empresas. A acessibilidade também cria empatia com pessoas que nem mesmo são excluídas, mas simpatizam e se sensibilizam com a causa, além de gerar fidelização de clientes diversos.

O principal objetivo de uma empresa é sempre vender, seja um produto, serviço ou imagem. A inclusão da diversidade é muito importante, pois promove o acesso a um nicho de clientes, antes desconhecido. Oferecer acessibilidade não é só uma questão de justiça social, com foco em cumprir as leis, decretos, evitar multas; acessibilidade e inclusão são mais uma ferramenta para atender bem ao cliente, e de oportunidade de negócios, funcionando como chave para o seu crescimento.

Lugar de autista é em todo lugar!

Alguns parques no Brasil já começaram a se adaptar, mas ainda falta muito.
São Paulo – SP
@parquedamonica; @playcenter @playcenterfamilyoficial; @pophaus_4fun; @castelopark;

Itupeva - SP
@wetnwildsp

Campinas - SP
@jumpmaniabrasil;

Olímpia - SP
@hotbeach.oficial (1º parque aquático do BRASIL AMIGO DO AUTISTA);
@thermasddoslaranjaisoficial

Rio de Janeiro - RJ
@parquebondinho

Canela - RS
@parqueterramagicaflorybal;
@bondinhosaereos

Penha - SC
@betocarrero

Fortaleza - CE
@parquebambolim
Seja um parque amigo do autista também!

Amanda Ribeiro
Mãe de Arthur, 6 anos, autista; autora do Blog @mamaequeviaja; diretora da Incluir Treinamentos e colunista sobre Acessibilidade e Inclusão