Projeto do “Amaparque” foi apresentado na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-27), no Egito
Com uma área de 6,5 mil hectares, o Amapá pode abrigar o maior parque metropolitano do mundo. O “Amaparque” foi apresentado pelo Governo do estado (Gea) durante a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-27), no Egito.
O projeto está em fase de estudos técnicos, de acordo com o executivo estadual, e apresentará um diagnóstico com informações sobre o solo, relevo, geologia, água e clima, fauna, flora, serviços ecossistêmicos, socioeconomia e possibilidades de uso público. O local será uma grande área de conservação para lazer, práticas esportivas e contemplação da natureza. O secretário de Planejamento do Amapá, Eduardo Tavares, foi quem apresentou a proposta na COP-27.
“A iniciativa pretende recuperar a bacia hidrográfica do Igarapé da Fortaleza, uma das principais áreas de ressaca da Região Metropolitana de Macapá e Santana, com atenção especial à Lagoa dos Índios. Nos dois municípios vivem 660 mil pessoas, dois terços de toda a população do estado”, explicou o secretário.
De acordo com Tavares, as zonas úmidas reconhecidas como sítios Ramsar têm prioridade no acesso à cooperação técnica internacional e apoio financeiro para promover projetos com intuito à proteção e à utilização sustentável dos recursos naturais, favorecendo a implantação de um modelo de desenvolvimento que proporcione qualidade de vida aos moradores da região. "O Amapá com este projeto poderá ter um Sítio Ramsar, que compreende a uma área úmida de relevância ecológica internacional com reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)", ressaltou.
O projeto foi desenvolvido pelo urbanista André Graziano, da Phytorestore do Brasil, empresa contratada pelo governo. Ele destaca que uma das bases para a iniciativa é o uso de uma tecnologia mundialmente reconhecida pela ciência por ter baixo impacto ao meio ambiente. “O Amaparque prevê a melhoria da mobilidade urbana com a oferta de ciclovias e calçadas acessíveis em parques lineares espalhados por diversos pontos, que aumentarão o acesso da população às áreas de ressaca. Também serão implantados Jardins Filtrantes no bairro Macapaba, para tratar o esgoto produzido no local. Isso será feito por meio de um conjunto de filtros plantados, sem a adição de componentes químicos e que possibilita o tratamento do esgoto dentro dos parâmetros da legislação federal e estadual competentes”, explica Graziano.
Convenção de Ramsar
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, a Convenção de Ramsar foi estabelecida em fevereiro de 1971, na cidade iraniana de Ramsar, e tratou sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional. A convenção está em vigor desde 21 de dezembro de 1975, e foi incorporada ao sistema legal do Brasil em 1996.
Desde a adesão, segundo o Ministério, o Brasil promoveu a inclusão de 27 Sítios na Lista de Ramsar, sendo 24 correspondentes a Unidades de Conservação, ou parte delas, e três Sítios Ramsar Regionais formados por Unidades de Conservação, terras indígenas e Áreas de Preservação Permanente (APP).
O Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, localizado no entre os municípios de Oiapoque e Calçoene, foi declarado Sítio Ramsar em 2013.
Fonte: g1